Igualdade social? A quem interessa? Estamos inseridos em uma sociedade onde impera a lógica de mercado neoliberal e a desigualdade social de certo modo é um dos alicerces de manutenção da ordem vigente.
O baixo índice de escolaridade, a ignorância favorecem à manipulação de idéias, interesses e ideologias. Que conseqüentemente atropelam a igualdade social. Em contrapartida o mercado de trabalho almeja por profissionais com melhor qualificação e que saibam utilizar os aparatos tecnológicos. Assim sendo, investir na Educação é investir na qualificação, formação, desenvolvimento profissional, produtividade do trabalhador e desta forma promover o crescimento econômico. Por onde andam as Políticas Educacionais? O que têm norteado?
Aumento do número de programas de alfabetização, programas de aceleração para o Ensino Fundamental e Médio, aumento do número de vagas em faculdades privadas... Aumento do número de vagas. Mas como anda a qualidade destes programas? Têm incentivado a reflexão, e a construção de conhecimentos? Têm dado conta de fazer compreender: A globalização e internacionalização dos mercados; A diminuição do peso da política tendo em vista a noção de Estado Mínimo; As mudanças nos paradigmas do conhecimento; A difusão maciça das informações e a manipulação ideológica; O agravamento da exclusão social; A crise de valores e o relativismo ético que nos encontramos hoje. Será que estes programas, cursos têm dado conta de articular a vida da escola com o mundo social, mundo informacional e mundo comunicacional, tornando a escola um espaço de síntese, de reflexão, de construção de conhecimentos?
O crescimento econômico de um país está estreitamente vinculado com a oferta e a demanda de capital humano. Uma vez que o crescimento econômico está enlaçado com a igualização do poder de compra e qualidade de vida da população. A melhoria da qualidade de vida da população impulsiona o mercado de consumo que viabiliza o crescimento econômico.
O crescimento econômico de um país está aliado as inovações tecnológicas para adequarem as necessidades contextuais e as exigências de uma economia globalizada.
A educação é uma área de investimento que pode propiciar benefícios sócio-político-econômico-jurídico-ético que venham a assegurar uma distribuição de renda mais igualitária, crescimento econômico, desenvolvimento social, desenvolvimento humano e trabalho humano melhor qualificado.
Se a educação é um risco a ordem vigente, a quem interessaria informar e educar a massa populacional? Educar para promover alcances econômicos é interesse do Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, empresas transnacionais, UNESCO...
E as universidades, as pesquisas têm o papel fundamental de socializar o conhecimento, propiciar a aprendizagem social, oferecer o que o mercado necessita a fim de promover o crescimento econômico. Estaria a universidade dando conta de sua missão? De seu papel social frente a democratização e socialização do conhecimento? Segundo Marília Gouvêa de Miranda " O impacto da informação, sobre o conhecimento obriga a universidade a repensar seu papel e seu lugar na sociedade contemporânea. A universidade constitui um lócus privilegiado de produção de conhecimento."
Segundo Freud "Só o conhecimento traz o poder". E quem está intencionado em dividir o poder? A quem interessaria um cidadão reflexivo, crítico, consciente, politizado, leitor, integrado, questionador e transformador? Na realidade existe um interesse de mercado em se ter um trabalhador mais qualificado e capaz de gerar maior qualidade de produção e serviço, assegurando a eficácia. Porém não existe um empenho real de desenvolvimento da eqüidade social via comprovação dos direitos humanos, mobilização participativa e comunitária de transformação. Entretanto a eqüidade social é vislumbrada via desenvolvimento científico-tecnológico a serviço das dinâmicas e necessidades neoliberais.
A educação é fundamental ao desenvolvimento, todavia a educação isolada de outros interventores não é capaz de assegurar um crescimento igualitário. Por onde anda a qualidade democrática numa perspectiva emancipatória?
A formação de recursos humanos é de interesse da política internacional por impulsionar e viabilizar a expansão econômica. Neste sentido a educação é um fator de desenvolvimento.
No panorama mundial temos visto surgir parcelas sociais organizadas em prol de idéias e ideais, as ONGS(Organização Não Governamental). Algumas têm debatido os efeitos maléficos da globalização e vêem lutando por uma sociedade mais pacífica, justa e igualitária.
Quem tem compartilhado destas idéias? E desta luta?
Marilza Vanessa Rosa Suanno
Fonte: http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_colunas/coluna_livre/id160602.htm
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